Conselho debateu estratégias para ampliar acesso à assistência oftalmológica no país
O Ministério da Saúde (MS) reconheceu no dia 7 de maio, data em que foi realizado o V Fórum Nacional de Saúde Ocular, a importância das propostas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) para melhorar as condições de acesso à assistência oftalmológica no SUS. Segundo o coordenador de Média e Alta Complexidade da pasta, José Eduardo Fogolin, há uma fragmentação no sistema de saúde que implica baixo desempenho dos serviços, dificuldade de obter atendimento e baixa resolutividade.
Fogolin disse ser fundamental investir na atenção básica. Atualmente, mesmo pessoas com enfermidades de tratamento simples precisam receber encaminhamento para serem examinadas por um especialista. Os resultados são a demora no diagnóstico e a sobrecarga nos serviços secundários e terciários, que deveriam ser dedicados a casos mais complexos. O CBO defende a inserção da oftalmologia na atenção primária para aumentar a resolutividade e qualidade do atendimento. Na análise do presidente do Conselho, Milton Ruiz, atualmente no SUS, a atenção oftalmológica está concentrada no tratamento de doenças já instaladas. “Seria mais efetivo, inclusive em termos financeiros, ter o oftalmologista na atenção primária para realizar exames de refratometria, ações de prevenção da cegueira e de promoção da saúde ocular”.
Fogolin também destacou a necessidade de interação entre os médicos que atuam nos diferentes níveis de atenção. Os especialistas, dessa forma, seriam um ponto de apoio para os profissionais da atenção básica, seja presencialmente ou por meio de ferramentas de teleassistência, teleducação e telessaúde. Essas são algumas das 20 medidas listadas pelo CBO no documento Mais Acesso à Saúde Ocular.
“O CBO vem se disponibilizando para contribuir com o Ministério da Saúde na construção de propostas para a melhoria da assistência oftalmológica no país", elogiou o representante do MS.
Repercussão
“A oftalmologia é um espelho no qual outras especialidades precisam se guiar”. Assim resumiu Geraldo Ferreira Filho, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM) sobre a experiência do Fórum. Ele afirmou ainda que a Federação vem reunindo sociedades de especialidades que têm demandas junto ao Ministério da Saúde para intermediar esse contato político e que o CBO é referência, “porque possui um histórico de convivência com o legislativo, atua fortemente no Congresso Nacional e participa de Grupos de Trabalho no Ministério da Saúde”.
Membro da Câmara Técnica de Oftalmologia do Conselho Federal de Medicina (CFM) e ex-presidente do CBO, Paulo Augusto de Arruda Mello representou o CFM. Ele cumprimentou o Conselho pela proatividade junto a políticos e gestores públicos, afirmando que a experiência serve de exemplo a ser seguido pelas demais especialidades. “Cabe ao CBO, com seus 75 anos de experiência, fornecer o subsídio técnico para a tomada de decisões políticas corretas”, afirmou.
Já Keila Monteiro, Secretária Geral do CBO e coordenadora do CBO Mulher, destacou a ótima atuação política das médicas oftalmologistas. “Elas visitaram gabinetes, participaram ativamente dos blocos, fazendo questionamentos, enfim, tiveram uma participação muito dinâmica”.
Jovens líderes em ação no Senado
Os alunos do Curso de Lideranças do CBO participaram ativamente do Fórum, no corpo-a-corpo com parlamentares e nos debates. Na sexta-feira (8); a turma permaneceu em Brasília para um encontro em que deram encaminhamento aos três projetos do curso: recrutamento de novos associados; comunicação; e fortalecimento da marca CBO.
Newton Andrade, indicado pelo Conselho de Diretrizes e Gestão para participar do curso, está no grupo que trata do projeto de comunicação e desenvolve canais de interação entre o CBO e as sociedades estaduais. Ele acredita que a iniciativa já está ajudando a disseminar as ideias do Conselho para regiões mais distantes. “Pessoas que não se sentiam abraçadas pelo CBO passaram a se sentir parte”, justifica. Andrade relata ainda que é visível o perfil de liderança dos colegas. “Estamos todos vestindo a camisa”, afirma.
Sua colega, Marcella Salomão, indicada pela Sociedade Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa, atua no projeto de recrutamento de novos associados. “Tenho orgulho de fazer parte desse curso. Somos a oftalmologia do Brasil. Pelo nosso país e pela saúde ocular da nossa população, não devemos medir esforços para lutar”, defende.
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