Invenção de estudantes universitários do Recife ajuda deficientes visuais a desviarem de obstáculos. Protótipo custou R$ 45 e está sendo aprimorado.
Estudantes universitários do Recife ganharam um prêmio da Organização das Nações Unidas para jovens empreendedores. Eles inventaram óculos para ajudar os cegos a desviar dos obstáculos que existem nas ruas.
"Sente aqui as hastes, os dois sensores de ultrassom estão bem aqui na frente e aqui em cima tem o botãozinho de ligar", diz o estudante para um deficiente visual antes de usar o invento. Um ano de muita pesquisa e de testes para que os óculos funcionassem do jeito que a pessoa com deficiência visual precisa. Quando o obstáculo está perto, o sinal de alerta é emitido. “Inicialmente eu até podia pensar ser um batente, alguma coisa na parte de baixo, mas como ele começou a vibrar ele transmitiu pra mim que tinha um obstáculo superior", afirmou o auxiliar administrativo André Damião da Silva, após testar os óculos. Os óculos foram criados para servir como complemento da bengala guia. “A bengala nos ajuda muito na parte inferior, na parte do chão. Mas para cima, já houve muitos acidentes. Já aconteceu de eu abrir o supercilio na carroceria de um caminhão", conta André Damião da Silva.
O projeto é de seis estudantes universitários de Pernambuco. O protótipo custou R$ 45. Os óculos receberam componentes eletrônicos nas lentes e um sensor de ultrassom capaz de identificar obstáculos a três metros de distância. Se tiver um poste, orelhão, galho de árvore no caminho, por exemplo, a haste dos óculos vibra e a pessoa pode desviar. “No total, estamos com 276 pessoas que já testaram o protótipo e disseram, deram um feedback do que acharam e foi bastante interessante”, diz o estudante de computação Marcos Antônio da Penha, um dos inventores dos óculos. Os óculos são bem leves, como os óculos comuns. Pelo peso, nem dá para perceber que tem tanto equipamento instalado nas lentes. A duração da bateria é uma preocupação. No modelo atual ela pode ser trocada. Mas uma outra que possa ser recarregada pela luz do sol está sendo desenvolvida.
A invenção ganhou o prêmio principal da ONU, a Organização das Nações Unidas, para jovens empreendedores. Concorreu com mais de 2 mil projetos do mundo inteiro. Mal saiu do forno e já está sendo aprimorado. “Que ele seja bonito, que ele seja confortável e que ele consiga ser fabricado em grande escala para que possa entrar no mercado. Que vai ser a maior felicidade da gente ver alguém usando ele na rua”, afirma diz a estudante de psicologia Emily Schuller, uma das inventoras.
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