Receita apreende 1 milhão de óculos na rua 25 de março

Por Eduardo Athayde, do Diário de S. Paulo

Operação é a maior do tipo na história da capital. Produtos custavam entre R$ 10 e R$ 80. Uso de acessório pirata pode causar danos irreversíveis a visão


Cerca de um milhão de óculos de sol e de grau foram apreendidos, ontem, durante operação da Receita Federal realizada em um shopping popular na Rua 25 de Março, no Centro de São Paulo. A Ação é considerada pelo órgão como a maior do tipo já promovida na capital.

Os objetos eram, em sua maioria, falsificados. Outros estavam sem documentação de importação, demonstrando a entrada irregular no país. Foram encontradas ainda etiquetas de marcas famosas para colocar nos óculos piratas.

De acordo com a Receita Federal, o shopping popular tinha um corredor especializado na venda de óculos pirateados e, dos 37 boxes, 35 comercializavam os produtos irregulares.

Segundo o auditor fiscal Breno Andrade Soares Silva, chefe do departamento da Receita Federal que organizou a apreensão, os acessórios eram vendidos entre R$10 e R$ 80. 

“Havia óculos infantis, juvenis e adultos. Cerca de 90% eram de sol. Alguns falsificados são de difícil identificação. Estes (os apreendidos) não. A maior parte deles era uma falsificação de segunda linha, de péssima qualidade. A principal suspeita é de que eles tenham sido contrabandeados da China”, disse. Ainda segundo Silva, os proprietários dos boxes devem responder pelo crime de contrabando.

Até Câncer

Segundo o presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Milton Ruiz, o uso de óculos de sol falsificados causa câncer no olho e nas pálpebras, além de catarata, presbiopia (vista Cansada); entre outras patologias. “Já os óculos de grau devem ser vendidos apenas com prescrição médica”, ressaltou Oswaldo Moura Brasil, diretor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.